Exposição celebra os 80 anos da Justiça Eleitoral do Ceará

Exposição que celebra os 80 anos da Justiça EleitoralExposição celebra os 80 anos da Justiça Eleitoral do Ceará
Exposição na Assembleia Legislativa

Exposição

Foi aberta nesta terça-feira, 7/8, a exposição “Justiça Eleitoral: uma legitimação das eleições no Brasil”, em homenagem aos 80 anos do TRE do Ceará. A exposição acontece no Hall do Edifício César Cals, na Assembléia Legislativa, e poderá ser vista até o dia  24 de agosto.

Na abertura, estiveram presentes o presidente do TRE-CE, desembargador Ademar Mendes Bezerra, o procurador regional eleitoral, Márcio Torres, e os deputados Manoel Duca e Ronaldo Martins, representando a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, além do coordenador do Centro da Memória da Justiça Eleitoral, Vasco Arruda, e da presidente em exercício do Memorial da Assembléia Legislativa Deputado Pontes Neto (MALCE), Annelise Grieser, que enalteceu “a troca de experiências com a Justiça Eleitoral, que tem um papel importante para fortalecer a prática democrática da vida republicana”. O deputado Manoel Duca, também destacou que “a democracia e o TRE andam lado a lado”, afirmando que esta exposição “tem um grande significado histórico”.

Em sua fala, o presidente do TRE, desembargador Ademar Mendes Bezerra, ressaltou a importância da Justiça Eleitoral: “O voto é o instrumento mais eficaz para proporcionar a mudança na vida das pessoas. Portanto, não venda o seu voto e procure conhecer os candidatos e votar nos melhores”.

Quem for visitar a exposição, realizada pelo TRE-CE em parceria com o Memorial da Assembléia Legislativa do Ceará (MALCE), encontrará um acervo, que revela a história da Justiça Eleitoral que marcou a vida política no Ceará e no Brasil. Lá, estarão as primeiras urnas, de madeira e lona branca, até as modernas urnas eletrônicas usadas nas eleições atuais, além de atas e documentos de eleições que marcaram o processo de democratização do país.

Na mostra, o visitante poderá ver um acervo com diferentes objetos, que vão de charges publicadas no começo da República a urnas eletrônicas e kits de cadastramento biométrico.

“Os 80 anos de criação da Justiça Eleitoral e da instalação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Capital federal e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no Estado do Ceará, se apresentam como um momento oportuno para refletirmos sobre as mudanças nos sistemas eleitorais e nas práticas do voto no Brasil”, observa o historiador Paulo Roberto Fernandes.

 

História da Justiça Eleitoral

Criação da Justiça Eleitoral

No dia 24 de fevereiro de 1932, Getúlio Vargas assinou o Decreto 21.076, instituindo o Código Eleitoral e a Justiça Eleitoral. Esse Código resultou de dois projetos elaborados pela 19ª Subcomissão de Reforma Legislativa, posteriormente unificados pela comissão revisora, sob a presidência do Ministro da Justiça Maurício Cardoso.

Instalação do Tribunal Superior Eleitoral

A Justiça Eleitoral ficou assim constituída: o Tribunal Superior Eleitoral, com sede na capital da República, os Tribunais Regionais Eleitorais, com sede nas capitais dos Estados, e os Juízes Eleitorais, nas comarcas.
No dia 20 de maio de 1932, foi instalado o Tribunal Superior Eleitoral, tendo por Presidente o Ministro Hermenegildo de Barros.

Instalação do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

A sessão de instalação do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará ocorreu às 14 horas do dia 2 de agosto de 1932, no salão de honra do edifício da Assembleia Legislativa, que, na ocasião, funcionava no Palacete Senador Alencar, situado à Rua São Paulo, nº 51, centro. Atualmente funciona, nesse prédio, o Museu do Ceará.
Coube ao Desembargador Faustino de Albuquerque e Souza a incumbência de presidir o TRE-CE.

Extinção da Justiça Eleitoral

Em 1937 Getúlio Vargas implanta o Estado Novo. A nova Carta Constitucional, outorgada em 10 de novembro de 1937, atribui à União a competência para legislar sobre assuntos eleitorais. Estava extinta a Justiça Eleitoral. Por força do Decreto-Lei nº 37, de 2 de dezembro de 1937, os partidos políticos também são extintos.
No dia 16 de novembro de 1937, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará realiza, sob a presidência do Desembargador Faustino de Albuquerque e Souza – o mesmo a quem incumbira presidir a sessão de instalação em 1932 -, a sessão de encerramento de suas atividades.

Restabelecimento da Justiça Eleitoral

Getúlio Vargas se manteve no poder de 1937 a 1945. Pressões internas e externas, no entanto, minaram as suas forças, forçando o fim do regime ditatorial. Assim, em 28 de fevereiro de 1945, foi publicada a Lei Constitucional nº 9, alterando a Constituição de 1937 e autorizando a convocação de eleições. Foi estipulado o prazo de 90 dias para fixar a data das eleições gerais – para presidente, governador dos estados, prefeitos e para os cargos legislativos.
No Ceará, os serviços da Justiça Eleitoral foram reinstalados em 9 de junho de 1945 pelo Desembargador Faustino de Albuquerque e Souza, designado para presidente do Tribunal Regional pelo então Ministro José Linhares. 

Voto feminino

Apesar das legislações imperial e republicana não proibirem o voto das mulheres, seu pertencimento ao âmbito do privado, quase sem participação na vida pública, impossibilitou o sufrágio feminino até as primeiras décadas da República. O reconhecimento do direito do voto feminino ocorreu oficialmente pela lei eleitoral de 1932, que instituiu a Justiça Eleitoral. Posteriormente, o mesmo tema foi retomado na Constituição de 1934. No entanto, a prática do voto feminino já acontecia desde 1928, no Rio Grande do Norte, e em outros estados, mobilizada pelo movimento feminista que se fortaleceu na década de 20. 

Serviço

Exposição: “Justiça Eleitoral: Uma Legitimação das Eleições no Brasil”
Data: De 07 a 24 de agosto de 2012.
Local: Hall do Edifício César Cals (entrada pela Rua Barbosa de Freitas)

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