Antes do lixão do Jangurussu tornar-se conhecido apenas como a “rampa do Jangurussu” no imaginário dos fortalezenses, ele foi o local de trabalho para muitos catadores, onde eles ficavam expostos às mais diversas e perigosas situações. Os riscos iam da exposição constante ao sol até o contato com vidro, substâncias químicas ou outros elementos presentes no lixos levados pelos caminhões de coleta. O local foi desativado em 1998.

Oito anos depois, a Ascajan surge no bairro, com a proposta de acolher os trabalhadores oriundos do extinto lixão do Jangurussu, que viviam da coleta e da reciclagem no local, concedendo-lhes dignidade e proteção contra os riscos de um trabalho tão insalubre.

No ano de 2006, portanto, é criada a Associação de Catadores do Jangurussu (Ascajan) que, atualmente, oferece assistência a 57 famílias. A Ascajan, conhecida também como Usina de Reciclagem do Jangurussu, é considerada a maior associação de reciclagem da cidade de Fortaleza e atualmente é a primeira Cooperativa Polo da Região Nordeste. Os associados estão distribuídos entre o galpão localizado no bairro do Jangurussu e em algumas instituições onde prestam serviços.

Todos os dias, um caminhão traz o material coletado da cidade até o galpão da Ascajan, onde é feita uma triagem dos resíduos. Os catadores selecionam e dão uma destinação para cada material. Conforme afirma Sebastiana do Carmo, coordenadora da associação, essa sempre foi a rotina na associação, que, antes da quarentena, funcionava das 8h às 16h30, com intervalos durante este período. 

Após mais de um mês com as atividades interrompidas, a associação voltou a funcionar em regime de meio período, e enfrenta o dilema de não conseguir renda suficiente para o sustento das famílias. “Os catadores dependem da renda do material reciclado. Sem ela, nós dependemos agora de doações, do coração humilde das pessoas que têm compaixão e nos ajudam”, declara Sebastiana.

Além de apresentar-se como um espaço digno de trabalho, a associação também propicia oportunidades de troca de conhecimentos e experiências para os associados, por meio da parceria com instituições privadas e organizações não-governamentais, assim como com a realização de treinamentos e palestras.

TRE Solidário

O TRE Solidário é uma campanha de voluntariado que surgiu com o propósito de alcançar famílias carentes e necessitadas durante a pandemia. O projeto busca sensibilizar servidores e magistrados a compartilharem doações para essas famílias. As arrecadações foram transformadas em 400 cestas básicas, com produtos alimentícios e de higiene, além de 400 bandejas de ovos, que já estão sendo entregues às quatro comunidades selecionadas.

A Associação dos Catadores do Jangurussu (Ascajan) foi uma das instituições selecionadas pela comissão da campanha para receber as doações. A Ascajan inclui-se nos critérios definidos, que são: grupos vulneráveis com meios de subsistência comprometidos em razão da pandemia e grupos do escopo das ações de cidadania do TRE. A associação recebeu 150 cestas básicas na última terça-feira, 2/6.

Além dos assistenciados pela Ascajan, as famílias que trabalham na Estação de Transbordo, no entorno do extinto lixão do Jangurussu, também foram beneficiadas com as doações. A Estação de Transbordo é o local onde o lixo é compactado antes de ser levado ao Aterro de Caucaia. Até o momento, as doações do TRE foram a única ajuda recebida pelos trabalhadores da Estação.

A campanha continua realizando ações de solidariedade às comunidades vulneráveis durante a quarentena. O período de adesão para a segunda fase é até 12 de junho. As doações são descontadas em folha de pagamento, com autorização dos doadores. A arrecadação é definida da seguinte forma: magistrados e promotores doam 3% da gratificação eleitoral e servidores, 10% do auxílio-alimentação.

Para aderir à 2ª Edição da Campanha, na intranet, basta clicar aqui, fazer login e preencher a autorização com nome completo e CPF, permitindo o desconto em folha nos meses de junho e julho/2020.

Texto e arte: Mariane Lopes (ASCOM)

#ParaTodosVerem: imagem retangular mostra a cozinha da Ascajan com muitas cestas básicas por todo o espaço. No centro da imagem, uma mulher de blusa rosa, legging cinza, sapatos pretos, usando máscara branca segura uma bandeira com uma mulher de blusa verde, calça cinza e também usando máscara branca. A bandeira que seguram é verde com um círculo azul-claro no meio. Dentro do círculo, está o mapa do Brasil esverdeado com as letras MNCR, em caixa alta, na cor branca. No canto inferior direito, está o texto "TRE Solidário", na cor azul-escuro, em letra cursiva. O texto está dentro de um retângulo que mescla as cores branco e lilás. No canto superior direito, está a logo do TRE-CE.