Série "Vamos falar sobre" discute o tema Cripface e a importância da representação das PcD
O termo "CripFace" refere-se à prática de utilizar atores ou atrizes sem deficiência para representar pessoas com deficiência em produções audiovisuais
Nesta terça-feira, 30/11, na série de publicações “Vamos falar sobre...”, a Assessoria de Imprensa, Comunicação Social e Cerimonial (ASCOM), em parceria com a Comissão Permanente de Cidadania, Acessibilidade e Inclusão (CPCAI), convida todos(as) para refletir sobre o tema Cripface e a importância da representação das PcD.
O termo "CripFace" refere-se à prática de utilizar atores ou atrizes sem deficiência para representar pessoas com deficiência em produções audiovisuais. A prática é, muitas vezes, relacionada ao capacitismo, que é um preconceito enraizado da sociedade em relação à “capacidade” de outras pessoas, sobretudo a população com algum tipo de deficiência. No caso do cripface, seria sobre a capacidade dessas pessoas atuarem.
Além disso, a prática é problemática por não propiciar uma representatividade real dessas pessoas. Isso porque a representatividade tem como objetivo observar e respeitar as diferenças, dando visibilidade a diversos grupos.
Grupo Olho Mágico
Sobre o assunto, Samuel Chaves, que faz parte do Grupo de Teatro Olho Mágico, destaca a importância da inserção das pessoas com deficiência nas produções. Ele ressalta que essas pessoas devem estar capacitadas para que elas possam atuar em papeis importantes.
Ele destacou também a importância de os(as) produtores(as) buscarem pessoas com deficiência para realizar esses papeis.
Samuel Chaves já realizou uma apresentação na sede do TRE-CE para os(as) servidores(as) em novembro de 2019, em evento alusivo ao Dia da Pessoa com Deficiência. O Grupo Olho Mágico, patrocinado pelo Instituto Vida Cidadã e apoiado pelo Instituto dos Cegos, é formado por atores e atrizes com deficiência visual completa ou baixa visão.
Cenário
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 1 bilhão de pessoas têm alguma deficiência. No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as PcD são 17,3 milhões de brasileiros(as), o que representa 8,4% da população acima de 2 anos.
No entanto, nas produções audiovisuais, a representatividade das pessoas com deficiência ainda é muito baixa. Um levantamento da Annenberg Inclusion Iniciative, que estuda diversidade dentro de produções culturais da University of Southern California, apresentou que, dos 100 filmes de maior bilheteria em 2019, apenas 2,3% possuíam personagens com algum tipo de deficiência. O estudo não considerou se os atores tinham ou não deficiência. [blog freedom]
Destaca-se que, como forma de incentivar ações e parcerias que promovam uma representação mais realista e digna, baseada nos direitos humanos, das pessoas com deficiência nos meios de comunicação e entretenimento à nível mundial foi criada a Aliança Global para Inclusão das Pessoas com Deficiência na Mídia e Entretenimento (GADIM). O surgimento dessa aliança contou com o apoio da Relatora Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e da International Disability Alliance.
A GADIM se baseia no Artigo 8 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), sobre Conscientização, que orienta os Estados Partes a "incentivar ativamente ações e parcerias para promover uma melhor e mais autêntica representação de pessoas com deficiência nos meios de comunicação de todo o mundo”.
Para assistir: filmes com atores ou atrizes com deficiência
Crip Camp: Revolução pela Inclusão
O documentário conta a história de um campo de férias localizado no estado de Nova Iorque destinado a pessoas com deficiência entre os anos 50 e 70. A sinopse do filme apresenta: "Jened poderia imaginar que aqueles verões juntos na floresta seriam o começo de uma revolução. No final da estrada de Woodstock, o Camp Jened era um acampamento para adolescentes com deficiência. Esse grupo de campistas transformados em ativistas moldaram o futuro do movimento dos direitos das pessoas com deficiência e mudaram a legislação de acessibilidade para todos." O filme, indicado ao Oscar de 2021, traz atores com deficiência para a participação.
Feeling Through
O curta-metragem, indicado ao Oscar 2021, conta a história de um encontro tarde da noite em uma rua de Nova York que leva a uma profunda conexão entre um adolescente carente e um homem surdocego. No elenco, pela primeira vez na história do cinema, há um ator surdocego, Robert Tarango, que tem síndrome de Usher.
Fuja
O filme de terror apresenta a história de uma adolescente que sofre de inúmeras doenças, inclusive paralisia, que a colocou em uma cadeira de rodas. Ela é educada em casa por sua mãe. O comportamento estranho apresentado pela mãe começa a deixar a jovem desconfiada de que algo está errado. Ao encontrar um remédio que tomava com a receita para a mãe, ela passa a questionar tudo o que está acontecendo, suspeitando que algo muito mais sinistro está por trás do que sua mãe faz. A atriz Kiera Allen, que vive a personagem adolescente, tem deficiência física.
Colegas
Filme brasileiro que conta a história de três jovens com síndrome de Down, que, inspirados pelo filme "Thelma & Louise", decidem fugir da instituição onde vivem e fazer uma viagem pela estrada juntos. O longa-metragem ganhou o prêmio de público do 27º Festival del Cinema Latino Americano di Trieste, na Itália, e o prêmio de melhor filme no festival de cinema International Disability Film, Festival Breaking Down Barriers em Moscou, na Rússia, e venceu o festival de Gramado em 2012.
Fontes: Gadim; Blog Freedom ; Blog Handtalk; Uol; Cultura Uol; Cinema Uol
#PraTodoMundoVer
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