A quarta edição da série Representatividade Feminina: reflexões para além das estatísticas, elaborada pela Comissão de Participação Feminina (CPFem) do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), apresenta o tema: Quem são as candidatas no Ceará?. Na matéria, são abordados perfis das candidatas e das eleitas nos pleitos de 2016 e 2020, no Ceará. Destaca-se que é importante esta análise comparativa para instigar a reflexão sobre questões de gênero e política no Estado.

O texto, produzido pela chefe da Seção de Gerenciamento de Dados Partidários (SEDAP) e integrante da CPFem do TRE-CE, Adriana Alcântara, com a colaboração das servidoras do grupo de trabalho jurisdicional da CPFem, aponta dados sobre o perfil das candidaturas por sexo e grau de instrução, que podem ser consultados no site do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (https://apps.tre-ce.jus.br/tre/eleicoes/resultados):

Adriana Alcântara, após analisar as estatísticas, observa que o nível de instrução das candidatas aumentou em quase todos os critérios anunciados. Apenas no caso das candidatas com nível superior incompleto, houve uma redução entre os dois pleitos. 65% das vereadoras eleitas no Ceará, em 2020, possuem grau superior completo e 24% possuem ensino médio completo.

Dos vereadores eleitos, ainda em 2020, 30% tem grau superior completo e 37% ensino médio completo. Percebe-se, sem dificuldades, que as mulheres eleitas são em maior número detentoras de maior instrução. Segundo Adriana: "a intenção de participação feminina parece emergir entre as mulheres que possuem maior grau de instrução o que sugere a necessidade de maior distribuição de conhecimento formal e informal". Ela reflete: "talvez nesse ponto a formação de capital político deva ser discutida".

A pesquisadora ressalta que é importante perceber que a desigualdade entre os gêneros é uma constante, seja na intenção de participar ou no retorno recebido. Para ela, as mulheres trabalham mais, se capacitam mais e recebem menos reconhecimento, através de votos, remuneração, e colocação no mercado de trabalho. "São questões que precisam ser pensadas por mulheres e homens", pontua.

Depois dos dados apresentados, Adriana Alcântara deixa as seguintes reflexões: Quais as razões para essas desigualdades? Qual o significado da palavra patriarcado? Em que medida as ações praticadas na política reforçam a existência dessas assimetrias? O que as instituições podem fazer?

Série

A próxima matéria da série Representatividade Feminina: reflexões para além das estatísticas, que será publicada no dia 3 de novembro (quarta-feira), fará um apanhado sobre o desempenho partidário das candidaturas e das eleições de mulheres no Ceará.

#PraTodoMundoVer

Banner retangular de fundo roxo. Na parte superior, da esquerda para direita, a chamada: CPFem apresenta: em letras rosa; a identidade visual da CPFem e a logo laranja do TRE-CE. Abaixo, à esquerda, ilustração de cinco mulheres dispostas em formato de triângulo. Mulheres de vários tons de pele, cabelos pretos, vermelhos azuis, brancos; cabelos amarrados em um coque acima da cabeça, lisos, ondulados, curtos e compridos. À direita da ilustração, em letra cursiva amarela, a chamada: Representatividade Feminina: conheça os perfis das candidatas e das eleitas nos pleitos de; e o complemento: 2016 e 2020, rosa.